Uma sessão fotográfica não se torna mais intensa que isto. “Carta de Amor em Silêncio” é uma história de amor em casa, uma sessão diferente.
Num mundo muitas vezes limitado por convenções, abraçar escolhas alternativas pode ser libertador. Considerar a audácia de realizar uma sessão fotográfica íntima em casa é definitivamente algo reservado aos ousados e pouco convencionais. Muito além das paredes comuns dos estúdios ou das ruas movimentadas, as casas tornam-se telas onde a vulnerabilidade encontra a criatividade.
A Andressa e o João são um casal perfeito e apaixonado. Complementam-se verdadeiramente. Ela é expansiva, descontraída, divertida. Ele é educado, um pouco tímido e bem disposto. Juntos, partilham uma química única.
Já fotografei o seu casamento. E, como é habitual, fizemos uma sessão de namoro antes. Quando começámos a falar sobre isso, a Andressa imediatamente sugeriu a ideia de uma sessão íntima em casa. Obviamente, fiquei encantada com a idea. Não é todos os dias que há casais interessados em fazer uma sessão mais íntima.
Este tipo de sessão é sempre um reflexo das singularidades do casal e é linda. Ainda assim, pode ser assustador ser convidada para a casa de um casal. Entre outras coisas, isso significa entrar na sua zona de conforto, o local onde se partilham verdadeiramente.
Assim que cheguei, fui imediatamente recebida pelo sorriso caloroso da Andressa. A grande preocupação de um fotógrafo numa sessão interior é sempre a luz. Ainda assim, a sala tinha uma luz linda proveniente das janelas e a decoração era perfeita para o que eu tinha pensado. Enquanto a Andressa abria uma garrafa de vinho, a sua cadela, Julie, veio até mim (curiosa com aquela estranha em casa) e pouco depois, o João juntou-se a nós.
No calor de uma casa, onde as paredes ecoam memórias e os sussurros de intimidade perduram, encontra-se o cenário perfeito para uma sessão fotográfica íntima.
Creio que ambos estavam ansiosos e até nervosos por causa da sessão. No entanto, as imagens que dela resultaram mostram que se libertaram da minha presença e se permitiram ser eles próprios um com o outro: apaixonados e naturais. Por entre momentos de conversa, surgiam espontâneos gestos de carinho e nessa altura a minha máquina estava sempre pronta.
Esta sessão fotográfica não foi apenas para capturar momentos; foi sobre criar uma narrativa de amor, confiança e momentos compartilhados de alegria. Nestes momentos roubados, reinou autenticidade suprema, pintando um retrato de intimidade que transcende o comum. Foi íntimo,sim, e também memorável.
